Seminário Técnico Nacional de Judô 2025

NOVAS REGRAS DE ARBITRAGEM

O presente documento foi elaborado pela delegação brasileira que esteve presente no Seminário Técnico da Federação Internacional de Judô, realizado na cidade de Istambul (Turquia) entre os dias 14 e 15 de dezembro de 2024.

NOVAS REGRAS DE ARBITRAGEM

Este documento foi elaborado com base na apresentação disponibilizada pela FIJ. Para efeitos didáticos, os slides traduzidos da FIJ estarão na cor roxa, e os slides produzidos pela equipe brasileira estarão na cor verde.

Pontuações em Tachi-waza
Ippon
Waza-ari & Waza-ari-awasete-ippon
Yuko as pontuações são contadas (1, 2, 3, etc.) mas elas não somam Waza-ari

Pontuações em Tachi-waza
Dois Waza-ari serão equivalentes ao Ippon (Waza-ari-awassete-ippon);
Infinitos Yuko serão inferiores a um Waza-ari.

Pontuações em Tachi-waza

  • Ippon: inalterado.
  • Waza-ari & Waza-ari-awasete-ippon:
  • Dois Waza-ari serão equivalentes ao Ippon (Waza-ari-awasete-ippon).
  • Waza-ari: aterrissagem (queda) a mais de 90 graus do eixo do ombro, mas não de costas.
  • Waza-ari: pouso (queda) com uma angulação maior que 90° e menor que 180° (costas toda no Tatami).
  • Caso o atleta pouse (queda) com o corpo a 90° em relação ao Tatami e utilize sua perna para impedir uma queda com uma angulação maior, deverá ser atribuído Waza-ari.
  • Yuko:
  • As pontuações são contadas (1, 2, 3, etc.), mas não somam Waza-ari.
  • Infinitos Yuko serão inferiores a um Waza-ari.
  • Yuko será atribuído quando:
    • O atleta cair em 90° em relação ao Tatami.
    • O atleta cair com parte de trás do ombro ou da linha de ombro a ombro (cintura escapular).
    • O atleta cair apoiado no cotovelo, mesmo que haja espaço entre o corpo e o Tatami.
    • O atleta cair sentado com o tronco pelo menos a 90° em relação ao Tatami. Se o atleta cair sentado e apoiar as mãos ou cotovelo, será atribuído Yuko, mas não será atribuído Shido.
  • Yuko não será atribuído se:
  • A parte da frente do estômago, a parte anterior do quadril ou a frente do joelho estiver tocando o Tatami.
  • O atleta cair com o estômago para frente (barriga para baixo).
  • O atleta cair sentado com o tronco inclinado para frente (angulação menor que 90°).
  • O atleta cair com a perna para frente (patela), mesmo que o tronco esteja a 90° em relação ao Tatami (cair de frente).
  • O atleta cair com a parte anterior do ombro (frontal).

Tempo do Osaekomi

  • Ippon: 20 segundos.
  • Waza-ari: 10 segundos ou mais, mas menos de 20 segundos (10-19 segundos).
  • Yuko: 5 segundos ou mais, mas menos de 10 segundos (5-9 segundos).

Em Golden Score, quando o Osaekomi atingir 5 segundos, o combate deverá ser interrompido, com a marcação do Yuko e, em seguida, Soremadê.

Abraço de Urso

  • É permitido o abraço de urso em Tachi-waza, exceto com as mãos ou com as mãos e os braços entrelaçados, formando um círculo, o que será penalizado com Shido.
  • Em qualquer situação de abraço de urso em que o atleta não entrelace as mãos ou mão e braço, deverá ser avaliado, caso ocorra uma pontuação.
  • Se houver o entrelace das mãos ou mão e braço formando um círculo, deverá ser aplicado Shido.

Seoi-nage Invertido

  • É permitido o Seoi-nage invertido nas classes sênior e júnior.
  • O Seoi-nage invertido na classe cadete será penalizado com Shido.

Tori Usando a Cabeça

  • Nas classes sênior e júnior, Tori pode usar a cabeça em uma ação de projeção.
  • Na classe cadete, os atletas não estão autorizados a usar a cabeça para uma ação de projeção como Tori. Caso o façam, será aplicado Shido.

Uke Aplicando uma Defesa de Cabeça

  • Nas classes sênior e júnior, é permitido ao Uke usar a cabeça para defender.
  • Na classe cadete, os atletas não podem usar a cabeça para defender como Uke. Nesta situação, será atribuída uma pontuação ao Tori, caso exista, e o Uke receberá Shido.
  • Nota: A aterrissagem (queda) em ponte continua a ser considerada Ippon!

Diving

  • “Mergulhar” de cabeça no Tatami, inclinar-se para a frente e para baixo enquanto executa ou tenta executar técnicas como Uchi-mata, Harai-goshi, Seoi-nage, Tai-otoshi, Kata-guruma, Tsuri-goshi, Ura-nage, etc., é proibido.
  • Dar um salto mortal para a frente quando o Uke está nos ombros ou nas costas do Tori também é proibido e deverá ser aplicado Hansokumake.
  • Fica definida uma diferença entre TOCAR/APOIAR a cabeça em situações que Tori executa um ataque (situações válidas) e as situações de MERGULHO/JUMPING (situações não válidas, que deverão ser penalizadas com Hansokumake).
  • Obs.: Deve ser observada a ação de defesa do Uke.

Pegada abaixo da Faixa

  • Todas as pegadas no Wagi e abaixo da faixa até o nível da parte superior da coxa estão permitidas. MAS, Se utilizar Kumikata negativo abaixo da faixa e na parte superior interna das coxas, será dado Shido.
  • Todas as ações de Kumikata POSITIVAS abaixo da linha da faixa estão permitidas desde que sejam feitas até a linha que divide as nádegas da coxa.
  • As ações feitas abaixo da linha da faixa com o objetivo de bloqueio/defesa não estão permitidas e deverá ser aplicado Shido.
  • As ações feitas na parte interna da coxa, mesmo na parte superior (ex.: Kata-guruma), deverão ser penalizadas com Shido.
  • É proibido enlaçar as pernas com a mão ou o braço, tocar e agarrar as pernas e calças na parte superior interna da coxa. Caso ocorra, será aplicado Shido.
  • As ações de enlaçar/agarrar as pernas do Uke com os braços do Tori estão proibidas e deverá ser aplicado Shido.
  • NÃO podem ser feitas ações entre as pernas (ex.: Kata-guruma). Caso sejam feitas, deverá ser aplicado Shido.

Pegadas por Dentro das Mangas e das Calças

  • Em Tachi-waza, é permitido agarrar dentro da manga como Tori e como Uke.
  • Em Tachi-waza, não é permitido agarrar por dentro das calças (parte inferior) como Tori e como Uke, e será aplicado Shido.
  • Em Ne-waza, é permitido agarrar dentro da manga como Tori e como Uke.
  • Em Ne-waza, é permitido agarrar por dentro das calças como Tori e como Uke.

Kansetsu-waza e Shime-waza

  • A aplicação de Kansetsu-waza ou Shime-waza em Tachi-waza sem uma técnica de projeção de judô ou com uma técnica de projeção de judô com menor risco de lesão, em que o Uke tenha a possibilidade de escapar, executada com uma ou duas mãos num braço, será aplicado Shido.
  • A aplicação de Kansetsu-waza ou Shime-waza em Tachi-waza com uma técnica de projeção de judô com maior risco de lesão, em que o Uke não tenha possibilidade de escapar, executada com uma ou duas mãos num braço, será sancionada com Hansokumake.
  • Fica estabelecido que as ações de Kansetsu e Shime-waza em Tachi-waza serão avaliadas entre Shido e Hansokumake. A arbitragem levará em consideração a gravidade e a possibilidade de defesa do Uke. Situações graves e/ou sem possibilidade de defesa deverão ser penalizadas com Hansokumake. Situações menos graves e/ou que possibilitem defesa deverão ser penalizadas com Shido.

Falso Ataque

  • Considera-se que existe um falso ataque quando:
  • Tori não tem intenção de projetar.
  • Tori ataca sem Kumikata ou solta imediatamente o Kumikata.
  • Tori efetua um único ataque falso ou vários ataques falsos repetidos sem quebra do equilíbrio do Uke.
  • Tori coloca uma perna entre as pernas de Uke para bloquear a possibilidade de um ataque.
  • Tori não tem qualquer possibilidade realista de projetar (novo).
  • Situações não realistas e que realmente não possibilitem uma ação de projeção (“volume de luta”) serão consideradas como falso ataque e deverá ser aplicado Shido.

Saída da Área

  • Em Tachi-waza, quem sair intencionalmente da área de combate será penalizado com Shido.
  • Em Ne-waza, quem sair intencionalmente da área de combate será penalizado com Shido.
  • Em Tachi-waza, serão consideradas saídas de área passíveis de aplicação de Shido somente as saídas deliberadas que ocorrerem sem Kumikata estabelecido.
  • Em Ne-waza, saídas deliberadas (com ou sem Kumikata estabelecido) com o intuito de fuga de uma ação positiva deverão ser penalizadas com Shido.

Kumikata

  • O tempo entre o Kumikata convencional (Hikite e Tsurite clássicos) e a execução de um ataque é de 30 segundos se houver uma progressão positiva.

Osaekomi

  • Será atribuída uma pontuação de projeção se houver uma técnica de projeção classificada pelo Kodokan ou uma variação da mesma, com continuidade e aterrissagem válidas.
  • Um “Osaekomi!” será anunciado se houver uma técnica Osaekomi-waza classificada pelo Kodokan ou uma variação da mesma, fixação e controle.
  • Assim como em Tachi-waza, em Ne-waza deverá haver uma técnica da Kodokan (ou suas variações) para que a ação seja considerada válida.
  • Mesmo que haja controle por parte de Tori, mas não seja uma técnica ou sua variação da Kodokan, o Osaekomi não deverá ser proferido.
  • Obs.: O Uke deve estar plenamente fixado e controlado para iniciar o Osaekomi.
  • As ações em Ne-waza (Kansetsu-waza, Shime-waza e Osae-waza) serão consideradas como judô positivo.

Shido nas Competições de Cadetes

  • Na classe cadete, os atletas não estão autorizados a usar a cabeça para projetar como Tori. Caso o façam, serão penalizados com Shido.
  • Na classe cadete, os atletas não podem usar a cabeça para defender como Uke. Nesta situação, será atribuída uma pontuação ao Tori, caso exista, e o Uke será penalizado com Shido.
  • Na classe cadete, não haverá pontuação para o Seoi-nage invertido, mas será penalizado com Shido.

Técnicas Autorizadas

  • São permitidas técnicas de judô com classificação Kodokan para todos os grupos etários.
  • São permitidas técnicas parciais de classificação Kodokan (Tachi-waza vs Ne-waza; eventos sênior/júnior vs cadete).
  • Há técnicas de judô classificadas pelo Kodokan que não são permitidas (Kawazu-gake, Kani-Basami, Do-jime, Ashi-garami).

Delegação Brasileira

A delegação brasileira foi composta da seguinte forma:

  • Coordenador Nacional de Arbitragem – Sr. Edison Minakawa
  • Gerente de Competições da CBJ – Sra. Thiara Bertholi
  • Gerente de Alto Rendimento da CBJ – Sr. Marcelo Theotônio
  • Gerente das Equipes de Transição da CBJ – Sr. Victor Penalber
  • Árbitros: André Mariano (DF); Bruna Neves (RJ); Kamila Lemos (SC); Laedson Lopes (RN); Leonardo Resende (GO); Marilaine Ferranti (SP)
  • Acompanhante/Ouvinte: Miriam Minakawa (SP)

Link do site da CBJ. Os slides traduzidos da FIJ estarão na cor roxa, e os slides produzidos pela equipe brasileira estarão na cor verde : Seminário Técnico Nacional de Judô 2025

Créditos:
Diagramação e Tradução: Laedson Lopes (RN) e Luiz
Villanueva (MS)

Conteúdo: Toda Delegação Brasileira.

“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.”
Gálatas 3:27

Locais de treinamentos da ADVS:

  • Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (CENSA), professores Francisco de Alvarenga Leandro e Luís Cezar Ribeiro;
  • Colégio Eucarístico; professor Manoel Leandro Neto
  • Judô Clube Campos dos Goytacazes (Tênis Club de Campos dos Goytacazes), professores Alexandre Souza Viana, Francisco de Alvarenga Leandro e Manoel Leandro;
  • Judô Clube Itaperuna (JCITA); professor Wanderley Cordeiro de Lima
  • Associação Desportiva Viva Saudável (ADVS), professores Arthur Souza do Carmo e Thiago Freitas de Oliveira;
  • Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), professores Manoel Leandro Neto e Paulo Maia.

JudoCam

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